quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Lição do "eu"


Andei  revisitando o “EU”
Na inquietude da subjetividade tirânica
E descobri que o “EU” perdeu a inspiração
Na culpa do sentido e na falta da sinceridade,
Na ditadura do coração, na inequidade  da esperança.
Sim, andou o “EU” se perdendo em falsas aproximações,
Em ânsias e esperas que não chegam, pois se foram por mais que neguem,
No pecado poético do inevitável, iludido pelo inolvidável,
Horrorizado, à medida que se atrai.
Patético desenrolar poético nas piruetas do “EU”,
Que em si se perdeu, na timidez dos caminhos e nas pedras.
Tudo é um frágil  pecado de amar, um deslize de entrega,
Sob o manto da rejeição, sob a frieza do livre negar.
Nesta revisita á poesia descobriu, o “EU”, que nada muda se não mudar,
Não se iluda com os jogos de palavras ou juras sentimentais.

Andei revisitando a poesia,
Andei visitando Drummond e percebi  que já não se tem Sentimento no Mundo,
Que os ombros já não suportam o mundo, que as mãos já não se juntam,
Descobri os terrores das almas das guerras e as sombras das mentiras,
Já não existem Rosas para o Povo, nem desculpas, nem nada de novo.

Andei olhando o presente e o “EU” se sentiu longe da realidade
Preso que está na modernidade da “despalavra” e na virtualidade
Chora você e chora o “EU” os desencontros das aproximações distantes,
Esteve o “EU” a revisitar nossa dor.

SÉRGIO SOUZA

Um comentário:

  1. muito bom. obrigado pela honra de ter um texto neste blog.muito grato mesmo.

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