Meu peito sangra,
Sangra, mas não é o meu sangue.
Eu sangro o sangue de meus irmãos.
Irmãos guerreiros, que nasceram para morrer,
Meus olhos lagrimejam,
Choram as lágrimas de minhas cunhadas.
Que gritavam, para que parassem,
Mas eu, apenas assistia,
Observava, o olocausto aos nossos índios,
Observava, o suor de nossos negros,
E me enojava das mulheres, que riam com novas compras.
Me enojava dos homens, que bebiam, gritando, exautando-se das maudades que acometera.
Me martilizava, das crianças, que ali viviam.
Mas ninguem me ouviu,
E mais sangue correu,
Tomaram a liberdade do povo todo.
Mais lágrimas cairam, e os fardados riam.
E meus irmãos-de-guerra renasceram.
Sentiram que seu povo estava em apuros,
E nos resgataram, nos acudiram.
Mas, nem com o tempo vocês aprendem,
Nem com a dor entendem.
E só com a bala, resolvem,
Mas, sei, que os guerreiros estão esperando,
Para a proxima batalha, que sabemos, não será a última."
Paradinovic
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